Em conversa com o «Ciência Hoje», Jorge Grave explica que este trabalho é o resultado de uma proposta feita pela equipa de três astrónomos do CAUP (Guilherme Teixeira, Nanda Kumar, além dele próprio, e Rafael Bachiller, do Observatório Astronómico Nacional, de Madrid). “A ideia era fazer observações de uma grande região de formação de estrelas e procurar jactos emitidos pelas mesmas”.
A proposta foi aceite e a equipa rumou ao Observatório Astronómico hispano-alemão de Calar Alto (na Sierra de Los Filabres, Andaluzia, Espanha). O investigador explica que trabalharam com um “comprimento de onda muito específico para detectar o hidrogénio molecular, o elemento mais abundante no universo mas muito difícil de detectar, isto porque só emite radiação em condições especiais”.
Esta característica aparece numa etapa muito específica da formação das estrelas, quando a concentração de nuvens moleculares está a aumentar a massa da estrela em crescimento.“Quando o material está a ser absorvido pela estrela pode interferir com o campo magnético da mesma. A matéria pode, assim, ser acelerada a velocidades supersónicas, acabando por ser ejectada pelos pólos”.
O que mais surpreendeu os astrónomos foi a “grande concentração de jactos numa região relativamente reduzida, muito raro encontrar. Como são característicos de uma fase particular das estrelas, todas elas se encontram na mesma fase de formação”, afirma.
“Achámos por bem divulgar já a fotografia pois esta vale por si mesma”, considera. No entanto, a equipa está agora em fase de análise para tentar perceber exactamente quais as estrelas responsáveis pela emissão dos jactos. O estudo será posteriormente publicado.
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