O Observatório da Terra da NASA anunciou que a abertura de rachas e buracos no gelo marinho como resultado da sua fusão devido ao aumento das temperaturas está na origem do aumento local das concentrações atmosféricas de metano, o que indica que as águas superficiais deste podem ser uma importante fonte deste potente gás com efeito de estufa.
O Observatório da Terra da NASA anunciou no seu sítio na internet as conclusões de um estudo que foi recentemente publicado na revista Nature Geoscience e que pode ter importantes implicações no que diz respeito à Ciência do Clima e à previsão do clima futuro no contexto das Alterações Climáticas.
Os investigadores da instituição norte-americana sobrevoaram zonas do Oceano Ártico tendo detetado uma concentração atmosférica de metano mais elevada do que o normal até aos 82 graus Norte de latitude.
A baixa concentração, nas mesmas áreas, de monóxido de carbono, que resulta das atividades antropogénicas, levou a concluir que o Homem não é o responsável pelo aumento da concentração atmosférica do metano na região. Por outro lado, a altura do ano em que foram feitas as medições e a sua localização tornava pouco provável a hipótese de que o metano tivesse tido origem em zonas húmidas em latitudes elevadas ou reservas geológicas.
Uma análise mais detalhada permitiu localizar com grande precisão, os elevados níveis de metano atmosférico sobre zonas onde as massas de gelo oceânico apresentam rachas ou buracos, o que indica que são as águas superficiais do oceano que são responsáveis pelo fenómeno.
Desde há muito se sabe que o degelo no Ártico tem potenciais consequências catastróficas como resultado da libertação do metano contido no solo gelado da tundra, no Permafrost, como também dos depósitos de metano armazenado nos sedimentos marinhos.
Por outro lado, também era dado como certo a produção de metano na superfície do oceano, que já se sabia estar sobresaturado, mas desconhecia-se o que acontecia a este metano.
O trabalho de investigação recém-publicado vem revelar que há um fluxo desse metano para a atmosfera que é equivalente ao proveniente da plataforma siberiana. Embora esse fluxo não seja intenso, a vasta extensão do Oceano Ártico leva os cientistas a sugerir que as águas superficiais deste oceano podem constituir uma importante potencial fonte de metano, cuja libertação parece estar associada à deterioração da camada gelo que a cobre, algo preocupante dada a tendência para a fusão das massas geladas nas regiões polares.